terça-feira, 28 de abril de 2009

Alexandre, o Grande: a entrevista.

Quinta-Feira, 23 de Abril de 2009, 13h20. Rua Afonso de Almeida, em Lagos. Combinei com o Alexandre, o Grande um almoço às 13h00 no restaurante Taste of India.
O raio do macedónio estava atrasado. Não gosto nada de atrasos. Pego no telemóvel e mando-lhe um sms que dizia (exactamente) assim: «Tão pah? Tás atrasado! Não me digas que te esqueceste do almoço que combinamos?»
Passado um minuto recebo a resposta: «N m xkeci nada! Tou kuase ai. Vim só aki faxer 1 favor à minha vizinha do 1 eskerdo, k é velha.»
Tive de ler a sms duas vezes até perceber o que estava lá escrito… esta mania que a malta jovem tem de escrever com “K” e “X” dá me a volta à cabeça.
Às 13h40 lá apareceu o meu convidado.
Passo a transcrever a entrevista que lhe fiz enquanto tomávamos café.

Pensar com a Língua: Então vamos lá começar. O “Grande” que todos dizemos quando nos referimos a ti, vem de onde? Alguma batalha?
Alexandre, o Grande: Sei lá! Foi a minha mãe que começou com isso.
PCL: Então?
AG: Oh, todos eram “Francisquinho”, “Joãozinho”, “Aninha” ou qualquer coisa assim. Então a minha mãe começou a chamar-me “O Grande”.
PCL: Então porque não te chamava “Alexandrão”?
AG: Porque parecia rabicha.
PCL: Bem pensado. Diz-me, estás em Portugal de férias ou a morar?
AG:…
PCL: Percebeste a pergunta, Alexandre?
AG: Uh?
(desde que chegou ao pé de mim que o Alexandre, o Grande não para de mandar SMS no telemóvel)
PCL: Já vi que mandas muitas SMS. És fã das novas tecnologias?
AG: Estou só a combinar umas cenas com uma gaja que conheci no hi5.
PCL: Também andas no hi5? E em que outras redes sociais andas?
AG: Uh? Sabes, tenho o Eminem como amigo. E o 50 Cent também.
PCL: Ainda bem para ti. Escuta, o que é feito do Bucéfalo?
AG: O que é feito do quê?
PCL: Do Bucéfalo.
AG: O que é isso?!?
PCL: É o teu cavalo… é um dado aceite por todos os historiadores que o teu cavalo de batalha se chamava Bucéfalo.
AG: Chamava nada!
PCL: Não? Então qual era o nome dele?
AG: Rosquinhas.
PCL: Rosquinhas?! Porquê?
AG: Porque fazia cocó às rosquinhas.
PCL: Eh pá! Que porcaria! Então mas de onde vem o nome Bucéfalo? Não sabes?
AG: Sei lá!
PCL: Tiveste como teu professor o Aristóteles, certo? Como era ela como professor?
AG: Era fraquinho. Caía sempre na mesma. Mandava-me TPC’s e eu nunca fazia porque ia brincar aos médicos com outros meninos. Então no dia seguinte eu dizia-lhe sempre: “O Rosquinhas comeu o meu caderno”. E ele, feito burro, acreditava sempre.
PCL: Ah… está certo. Então, mas ias brincar aos médicos com os outros meninos? Queres dizer meninas?
AG: Sim, sim. Enganei-me.
PCL: Isto é um assunto muito delicado, mas fala-se muito acerca da tua sexualidade…
AG: Fala-se? Mas olha que sou mesmo um menino! Queres ir comigo à casa-de-banho?
PCL: Não! Eu acredito em ti.
AG: Se me visses fazer xixi em pé logo vias. Sou homem e bem homem! Faço um belo xixi em pé, sem me desequilibrar nem nada.
PCL: Derrotaste Dário III em batalha. Queres falar um bocadinho desse teu grande feito?
AG: Não.
PCL: Então queres falar de quê?
AG: Olha, tenho de ir andando. O Fernando já me deu uns toques e vamos dar uma volta.
PCL: Ok… pronto. Tu e esse Fernando são bons amigos?
AG: Fernanda. Eu disse Fernanda! Não é Fernando! Eu não sou maricas!
PCL: Ok, vai lá.