Homem Poderoso

Julho. Dia 14. O ano? O ano é 2009.
Dia histórico, o presente. Hoje apresento ao mundo o primeiro verdadeiro Super-Herói Português.
O nome? É segredo. Não vou revelar aqui a sua identidade porque os que lhe são mais queridos podem vir a ser alvo de perseguições por parte dos grandes vilões do presente.
De seguida irei transcrever uma entrevista onde este senhor herói se apresenta.

Pensar Com a Língua: Diga-me, qual o seu nome?

Super-Herói: É segredo. Não vou revelar aqui a minha identidade porque os que me são mais queridos podem vir a ser alvo de perseguições por parte dos grandes vilões do presente.

PCL: Então, mas isso foi o que eu disse na apresentação.

SH: Não tenho o poder da imaginação.

PCL: Mas qual é o seu nome?

SH: É segredo. Não vou revelar aqui a minha identi...
(interrompi-o)

PCL: Qual o seu nome de super-herói...?

SH: Homem Poderoso.

PCL: Hum... interessante... Posso saber o que lhe levou a escolher esse nome?

Homem Poderoso: Pode.
(silêncio constrangedor)

PCL: Então?

HP: Então!

PCL: Vai dizer-me porque escolheu esse nome?

HP: Sim, vou.
(novo silêncio constrangedor)

PCL: Então?

HP: Então? Tudo bem?

PCL: ... Tudo. Mas não me...
(o Homem Poderoso interrompe-me)

HP: Sabe, deveria perguntar-me se está tudo bem comigo. Eu perguntei se você estava bem.
Acho que você não joga com o baralho todo. Sempre a dizer "então" e a fazer perguntas parvas. Além disso é malcriado.

PCL: Desculpe. Pode dizer-me, agora, porque escolheu esse nome de super-herói?

HP: Sim. Homem Poderoso, porque sou um homem e tenho poderes.

PCL: Ah... Deve ter sido difícil imaginar um nome desses...

HP: Por acaso não, até foi fácil. Comi um pastel de nata e depois pensei nisso.

PCL: Quais são os seus super poderes?

HP: Eu ganhei os meus super-poderes quando bati com o queixo na quina de uma cama, depois do meu primo me ter empurrado. O médico coseu-me mal e entrou-me detergente Presto para a ferida quando estava ao lado da minha avó e ela estava a pôr roupa a lavar. Depois os glutões deram-me super poderes.

PCL: Bom, não era bem isso que estava a perguntar, mas também queria saber isso.

HP: Queria saber dos meus poderes?

PCL: Sim...

HP: Então tenho visão aquática – consigo abrir os olhos debaixo de água (só no mar e em piscinas, nos rios não se vê nada);
Tenho o poder de correr descalço (que é ideal para quando me roubam os sapatos);
Tenho super audição – consigo ouvir até três músicas ao mesmo tempo;
Tenho super tacto – consigo atar os sapatos com luvas calçadas;
Tenho super paladar – consigo distinguir entre Joi e Trinaranjus (que, actualmente, se chama Trina);
Tenho super cheiro – ando sempre perfumado, mesmo quando não me perfumo;
Tenho o poder de saltar. Salto, pelo menos, 4 metros em comprimento;
Tenho o poder de andar à chuva de olhos abertos e sem franzir as sobrancelhas;
Tenho super capacidade de orientação. Tenho ferro no nariz e raramente me perco;
Tenho super capacidade de identificar bandeiras. Sei identificar imensas bandeiras (mas confundo as bandeiras da Polónia e da Indonésia);
Consigo passar grandes períodos de tempo ao sol, sem protector solar;
E tenho, também, super força mental (os adversários raramente conseguem controlar-me com a mente).

PCL: Fantástico! E quando pensa fazer a sua apresentação aos portugueses?

HP: Quando houver um crime grande, com cobertura televisiva em directo. Como quando o Manuel Subtíl se escondeu nas casas de banho da RTP.

PCL: Obrigado

HP: Obrigado eu.

(devem ler esta entrevista enquanto ouvem esta música: http://www.youtube.com/watch?v=Qxt1xv6FKpw&feature=related, que é, segundo me disse o Homem Poderoso, a sua música oficial)